Imagem simula uma criança atrás de grades de prisão
Logo Mulheres no Cárcere

Quando a mãe está em cárcere, a criança tem culpa?

Conheça o projeto Mulheres no Cárcere e descubra porque esse assunto é de interesse de todos: família, Estado e sociedade.

 

Em muitas famílias, a mãe é a base

Número de lares chefiados por mulheres (IBGE)

23%
Flecha apontando para a direita
40,5%
1995
2015

Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cerca de 5,5 milhões de pequenas/os brasileiras/os sequer possuem o nome do pai na certidão de nascimento.

Assim, onde ficam essas crianças se suas mães vão presas?

Mãe negra brinca com seu filho, os olhos estão censurados

É lei: mães e gestantes podem ter a prisão convertida para domiciliar

De acordo com o artigo 318-A do Código de Processo Penal, o/a juiz/íza poderá converter a prisão preventiva em domiciliar quando a mulher estiver grávida ou quando for mãe de filha/o de até 12 anos incompletos ou com deficiência.

O mesmo se aplica a todas as mulheres em execução de pena, que estejam grávidas ou com filhas/os?

Não. Apenas àquelas que cumprirem os 5 requisitos cumulativos:

01

Não ter cometido crime com violência ou grave ameaça à pessoa

02

Não ter cometido crime contra seu filho ou dependente

03

Ter cumprido ao menos 1/8 da pena no regime anterior

04

Ser primária e ter bom comportamento carcerário

05

Não ter integrado organização criminosa

Um direito que existe, mas dificilmente é concedido

Em uma pesquisa, descobrimos que a maioria dos pedidos de substituição da prisão preventiva para a domiciliar em Santa Catarina foram negados.

08 . 03 . 2016

Entrada em vigor o Marco Legal da Primeira Infância

10 requerimentos e 10 negados
  • 10 requerimentos
  • 10 negados
20 . 02 . 2018

Decisão do STF no
HC Coletivo 143.641

13 requerimentos, 11 negados e 2 aceitos
  • 13 requerimentos
  • 11 negados
  • 2 aceitos
19 . 12 . 2018

Entrada em vigor da lei nº 13.769 de dezembro de 2018, que alterou o CPP

5 requerimentos, 3 negados, 2 aceitos
  • 5 requerimentos
  • 3 negados
  • 2 aceitos
  • 10 requerimentos
  • 10 negados
  • 13 requerimentos
  • 11 negados
  • 2 aceitos
  • 5 requerimentos
  • 3 negados
  • 2 aceitos

Em maio de 2018, havia 171 mulheres encarceradas em Santa Catarina que cumpriam os requisitos da conversão da prisão preventiva em domiciliar*.

Data da pesquisa: 12/04/2019. Acórdãos do Tribunal de Justiça de SC, ementas com todas as palavras: "prisão", "domiciliar", "mulher".
* Segundo os dados informados pela Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania pela utilização da Lei de Acesso à Informação.

Quem é responsável por essas crianças e adolescentes?

O Estado, a família e todas/os nós, como sociedade.

Gráfico de pizza dividido em 3 pedaços iguais

O Estado

De acordo com a Constituição Federal e o Estatuto de Criança e do Adolescente, tanto a família quanto o Estado e a sociedade possuem o dever de proteger, com absoluta prioridade, os direitos das crianças, adolescentes e pessoas com deficiência.

Dentre esses direitos, está o da liberdade. Logo, ficar em cárcere com a mãe viola esse direito básico e coloca em risco vários outros, como a convivência comunitária e o lazer.

Gráfico de pizza dividido em 3 pedaços iguais

A família

É direito de toda criança ser criada e educada no seio de sua família, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.

A sociedade

Constitui-se dever de toda a sociedade zelar pelas crianças e garantir-lhes seus direitos, com absoluta prioridade, respeitando sua condição de pessoa em desenvolvimento.

Cadeia não é lugar de criança

A saúde dos estabelecimentos prisionais de todo o país é comumente negligenciada. As mulheres encarceradas, além de compartilharem uma série de violações de direitos com os homens, ainda vivenciam tantas outras situações peculiares.

Se tal cenário mostra-se violador de direitos das pessoas que cometem delitos, o que ele pode representar na vida de uma criança?

Uma criança privada de liberdade, de convivência familiar e comunitária e/ou de convivência com a mãe, vive em sistemática violação a seus direitos.

Simulação de uma criança e um ursinho sentados dentro de uma cela, os rostos estão censurados.
 

Conheça a história de Diane

Diane ficou até o quarto mês de gravidez em um presídio, sem assistência médica e sem encontrar sua filha. Ela foi uma das beneficiárias da prisão domiciliar e sua história é contada no mini-documentário “Mulheres no Cárcere: onde estão suas/seus filhas/os?”.

Dar visibilidade para a história da Diane é tentar provar que, em situações como essa, garantir o cumprimento da lei, além de ser o dever do Estado, é permitir que uma família volte novamente a sonhar.

Sobre o projeto

O Mulheres no Cárcere é um projeto de sensibilização da sociedade e do judiciário para os direitos das mães e das suas crianças, executado pelo IDDH e pela Clínica de Direitos Humanos da Univille, com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos e em parceria com diversas instituições da cidade de Joinville e do estado de Santa Catarina.

O projeto aconteceu de fevereiro de 2018 a julho de 2019 e contou com diversas atividades, como oficinas de empoderamento para mulheres encarceradas, audiência pública, assessoria jurídica, pesquisas e campanhas de sensibilização.

O projeto na mídia

Mães encarceradas em Joinville: projeto busca garantir o direito à prisão domiciliar
Audiência recomenda ações para garantir os direitos das crianças e mães no cárcere
A situação de mães detidas e onde estão seus filhos e filhas é tema de audiência pública em Florianópolis
Audiência pública debate situação das mães encarceradas em Santa Catarina
AUDIÊNCIA PÚBLICA - Mulheres no Cárcere em SC
Audiência Pública 'Mulheres no Cárcere em SC'
Audiência Pública recomenda ações para garantir direitos de mães no cárcere
Audiência Pública debate situação das mães encarceradas em Santa Catarina

Somos o IDDH

E acreditamos que a educação pode transformar a sociedade em que vivemos.

O Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos – IDDH – é uma organização não-governamental sem fins lucrativos, criada em Joinville/SC em junho de 2004.

O IDDH tem assento no Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, é membro do NGO Working Group on Human Rights Education and Learning (Genebra/Suíça) e possui status consultivo na Organização das Nações Unidas (ONU).

Nossa missão:

Promover a educação para a cidadania como meio de diminuir desigualdades e fortalecer a democracia no Brasil.

O que queremos:

Uma sociedade igualitária, pacífica, justa e sustentável para todas as pessoas no Brasil.

Para isso, há 15 anos, o IDDH vem impulsionando a construção e implementação de políticas públicas de educação, e, ao mesmo tempo, desenvolvendo materiais e metodologias adequadas para promover uma educação para a cidadania a diferentes grupos no Brasil.